“Neblina até Curalha”
Namoravam-se.
Ela, uma linda rapariga.
Ele, uma jóia de rapaz.
Pareciam feitos um para o outro, diziam as comadres da aldeia.
Galferro! – chamavam-lhe, a ele, as velhotas, mesmo mais novas, que a queriam a ela para um filho, sobrinho ou neto.
Mas «ambos dois» estavam presos pelo beicinho.
A mãe dela proibiu e amaldiçoou aquele namoro.
O pai dela, contrariado embora, deixou-se envenenar pela mãe da sua filha, e censurou o namorico.
Mas havia sempre maneira de ludibriar a mãe e fintar o pai.
Numa madrugada com neblina mais cerrada do que esta, o pai, carregado com o medo que a mãe lhe pusera às costas, que a sua filha ‘inda fosse roubada em dia de tanto nevoeiro, levou-a consigo numa ida a CURALHA.
Na noite anterior, quando no céu reinava uma Lua Cheia, depois de saltada a cortinha e subido à janela, ele e ela já haviam combinado o ponto do caminho onde os seus olhares se cruzariam como sinal de coragem e sabedoria para vencer a contra-maré dos pais.
A geada caía forte, mas quedava derretida com o calor de um beijinho ou de um xi-coração daquele par.
E nessa madrugada de cerrada neblina, no ponto do caminho combinado, entre o CANDO e CURALHA, lá estava ele camuflado numas giestas, sorrindo, acenado e soprando um beijinho para ela, que se fez tropeçada para atrasar o passo e demorar as promessas da sua boca e as bem-aventuranças do seu olhar.
Só a sombra conseguiu, um dia, separar aquele par!.........
Romeiro de Alcácer
O Grupo Amizade está de parabéns, e, especialmente porque dele fazem parte várias pessoas da Freguesia de Valdanta, como podemos reconhecer nesta fotografia colhida no "Jornal Virtual".
Grupo Amizade lança “Recordar Cantando”
“Recordar Cantando” é o título do primeiro CD musical do Grupo Amizade, cuja apresentação decorreu no Domingo, 11 de Dezembro, no Auditório da Igreja de Santa Cruz – Trindade, acarinhada por Graciano Saga.
Com a apresentação do primeiro CD, o grupo deu mais um passo no seu trabalho de divulgação da música tradicional.
Após a actuação de Graciano Saga, o Grupo Amizade fez a apresentação de músicas que compõem o CD, tendo como base a música popular portuguesa, o que proporcionou um concerto para as muitas pessoas que quiseram associar-se a este evento.
O Grupo Amizade, cuja formação surgiu de um encontro de um grupo de amigos na comemoração de São Martinho em 2007, deu o primeiro concerto a 9 Julho de 2008 e, desde aí, já realizou várias actuações em Portugal, Espanha e França.
No domingo, com a apresentação do seu primeiro CD, este grupo, constituído por 36 elementos, deu mais um passo no seu trabalho de divulgação da músi ca tradicional.
“CALDO do POTE”
Os dias de Natal, depois do nascimento do Menino, parecem correr muito depressa.
O frio perdeu o respeito aos mais velhotes e, até, para se arrebitar aos mais novos, prega-lhes com umas valentes geadas para os assustar a caminho do trabalho, quer a pé, sempre sujeitos a um valente trambolhão, quer de pópó, sempre sujeito a fazer curvas em linha recta ..ou em rodas de trezentos e sessenta (se calhar, até de 541) graus!
Pela Freguesia de VALDANTA as lareiras têm o lume bem atiçado.
Pudera!
Com os bons canhotos de carvalho e umas boas rachas de pinheiro e de choupo, acomodados em gabelas de carqueja bem sequinha, pintaroladas com umas chamiças e mesmo com uns tojos enganchados nos molhos, o lume da lareira bem capricha no calor que liberta!
Pudera!
É que, além do gabanço de quem dele se aproxima, colhe uns deliciosos pinguinhos de uns regalos de truz pendurados nos lareiros alinhados lá por cima.
Na GROIVA, as couves estão queimadas pela geada. Mas escapam sempre uns olhitos para que as «nossas raparigas» façam cá um daqueles caldos!
“Olhende”!
Em todo e qualquer Jornal, Rádio, Televisão, e Blogue, são gabadas as batatas, as tronchas, o «Balcerdeira», os «grelos da Gaiteira», as melancias do Cando, os melões da Ribeira da Granginha, os tortulhos da «Aberta da Ti’Aurora”, as sanchas d’Abobeleira, os «níscarros» de Outeiro Machado; o sangue deste reco, daquele reco, daqueloutro e rodos os outros recos; a jeropiga do Alfredo, do Elias ou do Cruz; a chouriça, a linguiça, o salpicão e a alheira daquela comadre; o palóio daquele compadre; o «lumínio» da catedral da Rua da Capela; os ovos marelinhos das pitas de qualquer galinheiro; o carolo de pão centeio cozido no forno do PoBo ou no dos nossos amigos; e toda a gente se esquece de gabar, de reconhecer, de aplaudir, de homenagear nestes sítios o fabuloso, o delicioso, o apetitoso, o saboroso, o apaladado, o consolador e refastelador CALDO do POTE que as nossas carquejas, chamiças, carvalhotos e rachas, misteriosamente fazem e nos deixa regalados!
“Ah! Que bem me soube”!
E a malga é rapada com a colher e escorropichada que nem o pipote daquela pinga de estimação, guardadinho lá no canto para momentos especiais!
Seus VALDOMÉNICOS de uma figa, seus «mac-donaldecos empizzados», ora «dezende» lá se não é justo e bem lembrado, num Dezembro destes, frio e regelado, a prometer um Janeiro geado, ora «dezende» lá, seus VALDANTANOS d’um raio, se logo à noite ( tomáreis vós mesmo ao “mei-dia”!) não calhava mesmo bem uma boa malga daquele CALDO do POTE VALDANTINO!
Bah! Aqui pra nós que ninguém nos «ouBe»: - “atão” não iam, até, duas?!
Bem m’ou finto!
Boas Entradas, VALDANTANOS!
Luís da Granginha
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