Imagens, Comentários e Estórias de Valdanta (Chaves) e das suas gentes. O meu endereço é "pereira.mos@sapo.pt"
Domingo, 29 de Março de 2009
Saneamento da Granjinha

Concurso público para a obra de saneamento da Granjinha

 

 

A Câmara vai dar início ao procedimento concursal tendente à adjudicação da obra de saneamento básico da Granjinha.

O referido projecto de execução contempla a ampliação da rede de drenagem de águas residuais, da freguesia de Valdanta, bem como a execução de uma estação elevatória.

O valor base para a empreitada está estimado em mais de 989 mil euros, devendo ficar concluída no prazo de um ano.

 
 
Palavras para quê?
- Até que enfim!...
- Estamos em ano de eleições!...
- Tanto batemos no ceguinho ... que passou a ver!...
- Estará para cair algum santo do altar abaixo?...
- Zeus foi à Granjinha?...
 
Pela parte que nos toca, pedimos urgência... ... obrigado!
 
 

sinto-me:

publicado por J. Pereira às 15:12
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Quinta-feira, 26 de Março de 2009
Relax

 

É verão, domingo à tarde, depois de um almoço (rancho)melhorado, não há como um cafezinho e dois dedos de conversa num dos cafés da terra.

Relax e boa disposição.

 

 

A bloguista estava lá. Atenta e ciosa por novidades.

 



publicado por J. Pereira às 10:14
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Sábado, 21 de Março de 2009
Serrada a velha

 

Passam-se os anos e vão passando as tradições.

A SERRADA DA VELHA era uma tradição que se realizava no meio da Quaresma e consistia em achincalhar as mulheres idosas da freguesia com ditos brejeiros e chocalhá-las com latas e chocalhos ou qualquer coisa que fizesse barulho.

A "velha" a serrar tinha por obrigação dar qualquer coisa de comer e beber aos "Serradores".

Esta festa de origem profana ou pagâ era feita por rapazes que se juntavam munidos dos instrumentos próprios para o barulho e serração, percorrendo toda a aldeia parando nas portas das velhas escolhidas para o efeito.

Foi mais uma tradição que se perdeu e que deveria ser feita hoje pela juventude de Valdanta. Também se perdeu a Encomendação das Almas que deveria ocorrer todas as noites da Quaresma.

Enfim, vamos perdendo as nossas tradições e identidade.

 



publicado por J. Pereira às 22:48
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Quinta-feira, 19 de Março de 2009
Dia do Pai

 

Hoje, Dia do Pai, é a data em que, com mais carinho, nos lembramos do nosso pai. O meu já partiu há quase 29 anos deixando-me muita saudade e dor, por isso todos os dias o recordo e continuo a admirar.

Quero aqui lembrar, com esta fotografia das amendoeiras em flor para que a tarefa de criar e educar seja mais florida, todos os pais do mundo e homenageá-los, agradecendo-lhe os sacrifícios, carinhos, preocupações, canseiras e amor que dedicam aos seus filhos.

Um beijo para todos e o meu obrigado.

 

 

 

 



publicado por J. Pereira às 10:01
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Domingo, 15 de Março de 2009
Restos da Ditadura

 

Este belo trabalho será um dos últimos, se calhar único, resto da ditadura na freguesia de Valdanta. Foi construído na Abobeleira durante o tempo do Estado Novo com a designação de Ditadura Nacional.

Fosse ditadura ou não, é uma das obras emblemáticas e bela da Abobeleira. Forneceu água e deu de beber a muita gente, e não devia estar deprezado como está.

Se está assim desprezado por ter sido feito na Ditadura, então deveríamos desprezar muita coisa, inclusive pessoas, que nasceram durante o Estado Novo.

Alguém prometeu que iria ser posto a funcionar, mas continua na mesma. Porquê?

Vai haver eleições autárquicas, por isso aproveitem a maré para fazer disto alguma coisa. Sei que um dos candidatos não vai nisso pois como o tanque já não tem serventia não vale a pena gastar dinheiro em coisas só para vista.

Olhem que a vista também come e gosta de votos.

 

 



publicado por J. Pereira às 12:54
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Quarta-feira, 11 de Março de 2009
O seu a seu dono

 

Para quem esteve, no domingo passado, na Casa do Povo de Valdanta à espera de um baixo-assinado que desse razão a qualquer coisa, ficou defraudado, pois não apareceu o dito e as dúvidas mantiveram-se.

Pretendeu-se dar a conhecer às pessoas que não houve usurpação de baldio nenhum e que estava tudo legal. 

Não vou dar alento a este desentendimento pois não conheço o local, nem as pessoas e muito menos os moldes em que a confusão assentou.

Apenas pergunto: 

- As pessoas são tão ignorantes que não sabem o que é baldio e o que não é?

- Porque é que o Tribunal os condenou e agora pretende-se esclarecer o povo?

- A Junta de Freguesia não sabe onde passam as extremas das propriedades, principalmente dos baldios? 

 

Quando há cerca de 1 ano passei pelo local referido e fotografei o marco geodésico, fiquei sem entender se este está no mesmo local onde existia o antigo. Pareceu-me que não.

Será que não, ou foi simples ilusão óptica?

Achei muito estranha a configuração dos limites, comparada com a que eu conheci há muitos anos atrás.

Será que quem de direito tem tido o interesse e o zelo necessário por aquilo que é de todos?

Não sei. Veja-se o que se passa em relação às eiras públicas.

Veja-se o abandono a que estão dotados certos bens.

Espero, para bem de todos, que a verdade seja reposta e que tudo volte à normalidade, custe a quem custar.

 

 

 



publicado por J. Pereira às 15:02
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Quinta-feira, 5 de Março de 2009
O TIO ZÉ MANCO

 

 

 

A mulher chamava-se Luísa.
Moravam na Casa do Campo.
Pegados, um pátio e pequeno quintal.
A cozinha era, também, quarto e sala de jantar e sala comum.
A sala era de visitas e, na mesma, quarto.
Na frente da casa um estreito corredor fazia de salinha de costura e aproveitado  para dois quartinhos minúsculos.
A varanda, em madeira, que dava para a sala e os quartitos, era o mais lindo mirante para toda a ubérrima Veiga de Chaves.
Os fundos, divididos na corte e na adega.
A Fina, o Tó, o João e a Maria de Jesus eram os filhos do tio Zé Manco e tia Luísa.
Com eles vivia a Tia São.
Na cozinha, ao lado da cama, ficava o “ alçapão “, - buraco no soalho pelo qual se dava comida ao gado na corte.
E, durante muitos anos, uma história houve a ser muitas vezes e gostosamente contada.
Ei-la:
A tia São tinha um neto muito bonito. E todos gostavam muito dele.
A Fina e a Jesus estavam deitadas na cama, e qual delas a mais ciosa de ficar com o menino nos braços.
Puxa uma, puxa outra e o bebé cai ao chão, rebola e mergulha pelo buraco.
Do susto nem é bom falar. E, a correr, lá foram todos pelo pátio e o quintal à procura do menino na corte.
E, grande espanto e enorme alegria – o menino caíra num monte de estrume, no meio do rebanho, sem uma beliscadura.
E, de cada vez que a história era contada, mais um pedacito de alívio para as primas e família.
E o mimo desses primos, tios e avó sentiu-o, o menino, toda a vida enquanto eles foram vivos.
O tio Zé tinha, “ ao ganho “, uma junta de bois.
Na Era em que os luares ainda eram belos e contemplados, as noites cálidas e a Sírio guiava os boieiros e pastores, as chaminés fumegavam a anunciar a Ceia e o chiar dos carros de bois avisavam da chegada dos trabalhadores.
Das treitouras e do eixo soavam os sons de violino acompanhados por vozes de comando do condutor do carro e contrapontos das rodas a tocarem aqui e acolá nas pedras soltas no caminho.
Era lindo de se ver e delicioso de ouvir o regresso dos trabalhadores a casa, ao fim de um dia estival de trabalho.
Pelo Junho/ Julho faziam-se as segadas.
Ranchos de homens com as seitouras bem afiadas acompanhavam o nascer do sol iniciando o corte do centeio.
A meio da manhã, uma pequena paragem para homenagear Baco pelo garrafão, saborear umas postas de bacalhau frito acompanhado pelo sempre saboroso pão centeio.
Renovadas as forças, lá se  volta a segar e a emolhar.
As mulheres apressam-se para casa para atempar o jantar.
O neto da tia São ficava eufórico por ter tido a oportunidade de chegar o copo aos segadores ou, mais tarde, já levar o garrafão de vinho.
Era a sua parte na segada e que lhe “ dava direito “ ao cordeiro.
A essa hora já estava a entrar no forno, bem condimentado e a espalhar um cheirinho guloso pela aldeia.
O sol está a pino, a ceifa está a render e o jantar está na hora.
Os ceifeiros regressam a casa, alegres, bem-dispostos e, enquanto lavam e limpam as mãos, atiram bondosas piadas às cozinheiras para as apressarem a pôr a mesa.
Come-se, bebe-se e conversa-se animadamente, comentando, aqui e ali, as peripécias da tarefa.
Os molhos de centeio são levados para as eiras e, criteriosamente amontoados, formam as  medas.
Seguem-se as malhadas.
Com as sementes voltadas para dentro, dispõem-se os molhos, abertos, espalhados também ordenadamente e a justa distância.
Frente a frente as duas equipas de malhadores.
E, quais exímios artistas, ao ritmo da voz de cada mandador, os malhos batem no centeio mesmo a rasar a cabeça ou o pé do parceiro da frente.
Aos poucos, o malho foi substituído pela malhadeira.
O tio Zé Manco morreu.
O novo século aumentou a saudade e as peças no museu.
 
  
O neto da tia São - Luís da Granginha

 

 

O Tó - filho do tio Zé Manco

 

Uma segada em Trás-os-Montes

 



publicado por J. Pereira às 21:49
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Segunda-feira, 2 de Março de 2009
Justiça em Valdanta

 

Se há alguma coisa em Valdanta de que eu me orgulhe é da pacividade da sua gente. Em Valdanta nunca houve grandes quezílias, barulhos, zaragatas ou questões de tribunal.

As gentes de Valdanta são, por norma, ordeiras e pacíficas. Nunca foram de grandes problemas com partilha de heranças nem com açambarcamento de propriedade alheia, fosse ela pública ou privada. Nunca houve quem gostasse de se estender mais que a manta, porque ficaria com os pés de fora e apanhava frio.

Com a justiça, recordo-me, com muita tristeza, do assassinato de um criado do Zé Bernardo, chamado Francisco, por uns homens de Soutelo que num dia de feira em Chaves, depois de bem bebidos não gostaram de uma palavra que o tal Francisco lhes dirigira na taberna do ti Folecro e com aguilhadas e jugos lhe bateram tanto que o mataram já dentro do curral da tia Dídia.

Foi triste, cobarde, cruel e não sei que mais, pois ninguém foi capaz de acudir ao homem, que até era muito pacífico e boa pessoa.

Mais triste ainda, foi quando em tribunal ninguém apareceu para apontar o dedo e acusar os cobardes assaninos que só com a força do vinho e em alguém que está completamente desprotegido mostraram a sua valentia, nem a dona desta casa  que, por acaso, até se encontrava dentro da sua residência quando no seu próprio curral cometeram este horrendo crime foi capaz de dizer uma palavra em defesa deste homem e condenação dos assassinos.

Era pobre, um simples criado de servir, por isso não valeria a pena tal incómodo. Os criminosos continuaram assim a passar por Valdanta, pavoneando-se como se fossem uns reis ou até os donos desta terra.

Hoje já não é assim, pois quem tem dinheiro não lhe faltam testemunhas de defesa, mesmo quando a usurpação é um bem comum, portanto, de toda a gente, até deles próprios.

Há pessoas que querem ser mais papistas que o papa.

 

 

 


sinto-me:

publicado por J. Pereira às 23:29
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J. Pereira
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