Imagens, Comentários e Estórias de Valdanta (Chaves) e das suas gentes.
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"Quo Vadis" é um símbolo ou uma exclusividade do Beto (Humberto Serra do Blog do Beto), mas não resisti a aplicá-lo aqui e perguntar a toda a gente de Valdanta para onde querem caminhar.
Esta casa que aqui apresento quase em ruína total foi uma das casas mais imponentes e importantes de Valdanta, a casa do Domingos "Picholeto", e hoje está no estado lastimável que se vê. Tinha aceso por três ruas, todas no sentido transversal.
Esta casa e a do Morilho eram dignas de um restauro a condizer por alguém que tivesse um bocadinho de gosto e amor à terra e suas raízes e origens. A casa do Morilho deu aquilo que se vê e não vale a pena bater mais no ceguinho porque está um facto consumado e seria como "estar a chover no molhado". Qualquer dia tiram a fonte para que o largo sirva de parque de estacionamento a estes moradores. Enfim!...
Esta, não sei se é de algum filho do sr. Domingos, pois com tantos filhos que tinha, custa-me a crer que não haja nenhum que gostasse um bocadinho deste cantinho.
Ao lado desta, está-se a reconstruir outra casa que também tinha a sua dignidade, a casa do ti João Pequeno. Pareceu-me que se estão a respeitar os traços originais da casa, mas acho que se está a exagerar em volumetria e isso dará alguma razão a aqueles que dizem que parece o convento de Mafra. A visinhança com este Mosteiro poderá ter alguma influência na pessoa que está a efectuar esta reconstrução e ampliação.
Não sei qual o grau de influência que a Junta de Freguesia tem na aprovação destes e outros projectos mas que deveria estar atenta ao que se passa e se constroi, lá isso devia. Também não conheço o PDM para a freguesia de Valdanta, nem sei se existe algum Plano de Pormenor, pelo menos para as zonas primitivas das aldeias para que haja algum respeito pela construção consolidada e primitiva.
Senhores do Poder, livrai-nos deste mal.
De
riolivre a 22 de Abril de 2007 às 00:11
É mesmo caso para se sentir triste meu caro José Pereira. Este é, infelizmente, o quadro que se nos apresenta na maior parte das nossa aldeias e, certamente, com os políticos que temos, ir-se-á apresentando cada vez mais negro. Todavia, vale sempre a pena chamar a atenção para estas coisas. O património deste país não é, seguramente, o de Lisboa ou do POrto e arredores. Nós também temos o direito de nos orgulharmos da ruralidade que nos cerca e, sobretudo, de exigir que nos deixem preservá-la. Faça lá uma forcinha para que os seus amigos de Valdanta não deixem tudo ao cuidado de uma civilização litoralista que só ficará satisfeita quando tudo se despovoar cá por cima.
De
riolivre a 22 de Abril de 2007 às 00:12
É mesmo caso para se sentir triste meu caro José Pereira. Este é, infelizmente, o quadro que se nos apresenta na maior parte das nossa aldeias e, certamente, com os políticos que temos, ir-se-á apresentando cada vez mais negro. Todavia, vale sempre a pena chamar a atenção para estas coisas. O património deste país não é, seguramente, o de Lisboa ou do POrto e arredores. Nós também temos o direito de nos orgulharmos da ruralidade que nos cerca e, sobretudo, de exigir que nos deixem preservá-la. Faça lá uma forcinha para que os seus amigos de Valdanta não deixem tudo ao cuidado de uma civilização litoralista que só ficará satisfeita quando tudo se despovoar cá por cima.
De
a zurzir a 22 de Abril de 2007 às 13:02
Infelizmente este quadro, a reconstrução quando a há sem qualquer conceito de preservação do casco antigo, vê-se em muitas aldeias do concelho de Chaves.
Mas por exemplo se visitar o " núcleo " de alguns povoados barrosões, parece-me haver cuidado com a traça original.
Não será por isso que Montalegre aposta no turismo e os resultados estão à vista, pelas iniciativas que se realizam durante o ano!
Em Chaves, não conheço o critério de aprovação de obras ou construções urbanas nas aldeias. Mas sei que foi publicado legislação sobre a protecção de monumentos que impede a construção em zonas próximas aos monumentos, bem como aquando da reconstrução do casco antigo, deverão ser utilizados materiais específicos.
Será que se respeita?
Pelo que se vê, não!
De quem é a culpa?
Da Junta de Freguesia, da Câmara Municipal, dos Fiscais, dos Engenheiros, dos Arquitectos, dos Empreiteiros ou dos Proprietários?
Enfelizmente a culpa como em outras situações, morre solteira....
Depois temos a descaracterização total do que resta do interior o património é destruído como é o ambiente.
São criadas as leis mas ninguém as cumpre, por "este" ou aquele "motivo" !!!
Em Portugal quando foi publicado o REGEU e Agosto de 1952, a GNR invadia tudo quanto ra construção para saber tudo, recordo-me bem disso.
Depois as coisas foram esmorecendo e com a chegada dos anos 60 e os dinheiros da emigração foi um fazer cada um aquilo que tinha visto lá por fora, sem qualquer enquadramento ou adaptação à realidade local. Passou-se, inclusivè a construir sem qualquer licença e isso não teve qualquer consequência.
A partir da elaboração dos PDM,s passou-se a ter algum cuidado mas só para quem não tem compadres na política.
Quero aqui realçar o exemplo alentejano, onde as construções novas ou reconstruídas nunca sairam do aspecto tradicional, não se deixando influenciar por estrangeirismos sem gosto e sem adaptação.
De
A.Cruz a 23 de Abril de 2007 às 14:05
Amigo Zé ,hoje funcionam os Lobbies " e o da Construção Civil é muito forte. Não é por acaso que Procuradora Maria José Morgado tomou agora esse assunto em mãos.
O Polvo é grande e vai desde os pequenos aglomerados aos grandes centros. Politico /Futebol/Construção civil, três factores a ter em conta...
Temos casos, que os proprietários pedem licença para mudar o telhado que está em más condições, quando a seguir alteram a estética do prédio adicionando mais um andar, se que ninguém diga olé, por vezes em pleno centro histórico , tanto nas aldeias, como nas cidades.!
São, de facto, imagens degradantes, e que infelizmente poderiam ser ilustrativas de qualquer outra aldeia do interior (sempre esquecido pelos "Poderes" nacionais, regionais e muitas vezes locais).
De Tonho a 26 de Abril de 2007 às 15:51
eu diria "imagens degradadas"
De Sem Nome a 26 de Abril de 2007 às 20:43
Sim, "DEGRADANTES"! Porque, "Degradadas", envilecem, aviltam e deslustram VALDANTA!!!
De Tonho a 27 de Abril de 2007 às 03:15
Aviltar - tornar vil, abjecto, desprezível, desonrar (...). tens a nossa valdanta em boa conta!!?
Peço desculpa se fui motivo de más interpretações, mas quando referi "imagens degradantes" tinha somente como ideia o termo degradado como sinónimo de danificado e nunca com sentido pejorativo para Valdanta .
O teor do meu comentário decorre da observação de casos, como os ilustrados, em quase todas as Aldeias do interior. Fico sensibilizado quando vejo edificações que são a caracterização de uma região estarem em ruínas (danificadas=degradadas).
Amigo ProfVALBOM
Ninguém pode interpretar mal o seu comentário porque estas imagens de degradação são realmente degradantes. É para esta situação degradante que caminham as nossas aldeias do intarior.
Como disse, não sei qual é a responsabilidade da Junta de Freguesia na aprovação de um projecto de uma construção na sua freguesia e para o concelho de Chaves. Conheço concelhos onde o processo não é considerado sem que lhe seja anexada uma declaração da Junta de Freguesia a dizer que não vê qualquer incoveniente na realização das referidas obras, ou se vê, qual o motivo e isso é levado em conta pelos técnicos e pelo executivo da Câmara.
Parece-me que em Chaves isso não faz sentido, o que é, realmente muita pena, para que as pessoas se queixassem a e de alguém que conhecem.
Sobre a desertificação do interior, apenas vou contar que, por motivos profissionais estive em cin aldeias de um concelho do Nordeste Transmontano e que, numa moravam cerca de dez pessoas, noutra apenas um casal e nas restantes não morava ninguém, estavm completamente abandonadas e até saqueadas parecendo um filme de "Western" depois do ouro ter acabado. Gostava que os responsáveis vissem e que dissessem alguma coisa. Este assunto constrange-me muito d´-me um nó na garganta difícil de desfazer.
De Sem Nome a 7 de Junho de 2009 às 00:18
Às vezes a vida é madrasta, no meu caso até me apetece dizer um palavrão. Acredite que não é por falta de vontade que a casa do meu avô picholeto "e agora minha está como está, é por falta de euros meu amigo, mas se o incomoda assim tanto estou receptiva a ajudas....
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