O Blero e o Domingos Tripa (peço desculpa pelas alcunhas, mas é mais fácil identificá-los assim) talvez tenham sido as pessoas mais emblemáticas de Valdanta. Nunca foram grandes trabalhadores do campo ou de outra actividade. O Blero dedicava-se ao contrabando e o Domingos Tripa dedicava-se a compor uns ossos partidos ou desarranjados de alguém que tivesse tido a infelicidade de ter um incidente desses. O resto do tempo passavam-no sentados na cruz que existe no centro do largo do Povo. Poucas falas, algumas observações brejeiras e por ali iam matando o tempo.
Um dia passou por ali um estrangeiro que, porventura se dirigia ao Outeiro Machado, querendo saber informações começa por perguntar:
- Entschuldigung, koennen sie Deutsch sprechen?
Olham um para o outro e se estavam calados, mudos ficaram. Perante tal reacção, pergunta em francês:
- Excusez-moi, parlez vous français?
Os dois olharam para ele e continuaram impávidos e serenos.
- Prego signori, parlate italiano? Tentou novamente o estrangeiro.
O Tripa mete a mão debaixo da boina, coça a cabeça, volta a olhar para o Blero e nada.
- Hablan ustedes español?
Nenhuma resposta.
- Please, do you speak english?
Nada. O estrangeiro, meio aborrecido meio desconfiado, pega na trouxa e “ala que se faz tarde”. Foi então que o Domingos Tripa se vira para o Blero, homem com fama de ter uma grande “escola”, até se falava na “Escola do Blero”, e diz:
- Talvez ainda fossemos a tempo de aprender uma língua estrangeira!...
- Mas pra quê? Aquele sabe falar cinco ... e adianta-lhe alguma coisa??!
Conterrâneos
Amigos
Os meus Artistas
Aldeias de Chaves
Aquela que eu tanto Adoro - Angola
Por Trás-os-Montes
Associação dos Caçadores de Mós
Escolas
Escola de Esqueiros - Esqueirinhos
Interesse Público
Notícias Regionais