“CALDO do POTE”
Os dias de Natal, depois do nascimento do Menino, parecem correr muito depressa.
O frio perdeu o respeito aos mais velhotes e, até, para se arrebitar aos mais novos, prega-lhes com umas valentes geadas para os assustar a caminho do trabalho, quer a pé, sempre sujeitos a um valente trambolhão, quer de pópó, sempre sujeito a fazer curvas em linha recta ..ou em rodas de trezentos e sessenta (se calhar, até de 541) graus!
Pela Freguesia de VALDANTA as lareiras têm o lume bem atiçado.
Pudera!
Com os bons canhotos de carvalho e umas boas rachas de pinheiro e de choupo, acomodados em gabelas de carqueja bem sequinha, pintaroladas com umas chamiças e mesmo com uns tojos enganchados nos molhos, o lume da lareira bem capricha no calor que liberta!
Pudera!
É que, além do gabanço de quem dele se aproxima, colhe uns deliciosos pinguinhos de uns regalos de truz pendurados nos lareiros alinhados lá por cima.
Na GROIVA, as couves estão queimadas pela geada. Mas escapam sempre uns olhitos para que as «nossas raparigas» façam cá um daqueles caldos!
“Olhende”!
Em todo e qualquer Jornal, Rádio, Televisão, e Blogue, são gabadas as batatas, as tronchas, o «Balcerdeira», os «grelos da Gaiteira», as melancias do Cando, os melões da Ribeira da Granginha, os tortulhos da «Aberta da Ti’Aurora”, as sanchas d’Abobeleira, os «níscarros» de Outeiro Machado; o sangue deste reco, daquele reco, daqueloutro e rodos os outros recos; a jeropiga do Alfredo, do Elias ou do Cruz; a chouriça, a linguiça, o salpicão e a alheira daquela comadre; o palóio daquele compadre; o «lumínio» da catedral da Rua da Capela; os ovos marelinhos das pitas de qualquer galinheiro; o carolo de pão centeio cozido no forno do PoBo ou no dos nossos amigos; e toda a gente se esquece de gabar, de reconhecer, de aplaudir, de homenagear nestes sítios o fabuloso, o delicioso, o apetitoso, o saboroso, o apaladado, o consolador e refastelador CALDO do POTE que as nossas carquejas, chamiças, carvalhotos e rachas, misteriosamente fazem e nos deixa regalados!
“Ah! Que bem me soube”!
E a malga é rapada com a colher e escorropichada que nem o pipote daquela pinga de estimação, guardadinho lá no canto para momentos especiais!
Seus VALDOMÉNICOS de uma figa, seus «mac-donaldecos empizzados», ora «dezende» lá se não é justo e bem lembrado, num Dezembro destes, frio e regelado, a prometer um Janeiro geado, ora «dezende» lá, seus VALDANTANOS d’um raio, se logo à noite ( tomáreis vós mesmo ao “mei-dia”!) não calhava mesmo bem uma boa malga daquele CALDO do POTE VALDANTINO!
Bah! Aqui pra nós que ninguém nos «ouBe»: - “atão” não iam, até, duas?!
Bem m’ou finto!
Boas Entradas, VALDANTANOS!
Luís da Granginha
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