“” O 18º. CAMELO “”
Numa farsa em que põe em discussão, e confusão, os cinco autores dramáticos mais famosos do século XX, (G.B.Shaw/ Luigi Pirandello/ Bert. Brecht/ Eugène Ionesco/ Samuel Beckett) com a intervenção do psiquiatra Dr. Watzlawick ( para quem a ilusão de se ser psiquiatra nasce do medo recalcado de se ser maluco) e do seu colega, Dr. Godot.
Afinal, o Dr Godot não é Godot - é o Dr. Godit!
E explica o dilema com as interpretações das comunicações, pelos conflitos com os pontos de vista do colectivo, da sociedade, e os individuais.
Depois das peripécias interessantes em que o ser e o não ser, mas que é, o Dr.Godit conclui para os cinco que aquilo que afinal tinham de comum era a auto referencialidade.
E ilustrou com a história dos «TRÊS BEDUÍNOS E OS 17 CAMELOS DA HERANÇA»:
- Antes do circunspecto pai encomendar a sua alma a Alá, o Todo-Poderoso, ele tinha deixado disposto no seu testamento como a sua herança devia ser dividida entre os seus Três filhos:
1- O mais velho devia receber METADE.
2- O do meio, UM TERÇO
3- E o Terceiro, UM NONO.
Mas, por muitas contas que fizessem, os dezassete (17) Camelos não podiam ser divididos assim.
Vai daí, por mero acaso, passou por ali o Xeque Helim Bem Baktir de Nasr.al-Fadh, famoso pela sua sabedoria.
Foi a ele que os três irmãos pediram conselho.
O Xeque apeou-se do seu camelo e pô-lo junto aos outros, de modo que agora ERAM 18 camelos.
Depois TIROU METADE, ou seja, NOVE (9), e deu-os ao mais velho.
A seguir pegou num TERÇO, ou seja, SEIS (6) Camelos, e entregou-os ao segundo filho.
Finalmente, TIROU uma NONA PARTE, ou seja, DOIS (2) Camelos e deu-os ao mais novo.
Posto isto, monta o seu camelo que tinha sobrado e disse:
«Alá vos acompanhe». E seguiu caminho.
Louvado seja Alá!...
………………………“”” Bastou acreditar para acontecer!!! “””…………………………
Luís Fernandes
(adaptado de “CULTURA”,de D.Schwanitz)
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