Estas delícias são os bifes dos pobres.
Deliciosas a comer e a procurá-las pelos montes são um manjar em qualquer altura do ano, embora nem sempre se encontrem para desconsolo de quem as procura. Penso que também não é muito usual encontrá-las nesta altura, mas estas são mesmo desta época e de Valdanta, pois claro.
Por aqui, apenas podem admirá-las porque eu também só as vi e não as provei.
São casos acontecidos, como diria o nosso amigo Blero.
Um dia perguntei a alguém, com alguma responsabilidade, se me sabia dizer em que freguesia está situado o moinho no rio Tâmega conhecido por "Primeira Presa". Respondeu-me que não, não fazia a menor ideia. Perguntei depois a um antigo moleiro e também pouco sabia, mas pensava que era de Vila Nova de Veiga.
Passei recentemente pelo local, conversei com o dono do restaurante que ali se instalou e disse-me que agora é de Curalha pois havia uma grande confusão porque pertencia a uma quinta "ali para cima" e ele registou aquilo na freguesia de Curalha, de onde ele é natural e onde reside.
Boa!...
Os interesses da freguesia de Valdanta por estas bandas estão salvaguardados? Quem sabe onde começam e acabam os limites da freguesia? Não vale a pena arranjar mais confusão, ficamo-nos por aqui a apreciar este magnífico jardim mas com muita poluição, segundo me disseram, pois já nem sequer há peixes por ali.
Este moinho ainda está em funcionamento, deveria preservar-se e não o "assassinar" com ideias que deixam muito a desejar. A obra e o local merecem-no.
Noutros tempos por aqui passávamos, as horas quentes da sesta, a tomar banho e a pescar à mão para um saco de pano. Os melhores pescadores eram o Poulão e o Charrua, porque eram mais velhos e sabiam muito do ofício.
Esta é a fraga de onde se podia mergulhar, conhecida pela Fraga Lisa, ou de Vila Nova.
Um paraíso quase perdido? Salvem o Tâmega, por favor.
Palavras para quê?
Estas meninas gêmeas (falsas) já terão nesta altura mais de meio século de idade e, acho eu, ainda vivem do outro lado do Atlântico.
São filhas de dois Valdantinos que emigraram para terras de samba e futebol e, ele por lá ficou, ela ainda pensa num possível regresso.
Não sei o nome delas, por isso peço-lhes que se apresentem a quem por aqui passa.
Um beijo para elas.
“C E R E J A S”
A Primavera já está a inclinar-se cada vez mais para o Verão.
Não tanto porque este a atraia fatalmente, mas mais porque o Inverno, contrariando o calendário, a carrega com dias frescos, às vezes frios, nuvens escuras, ventos agrestes e chuvas «trombudas» e «atrevoadas».
O mercúrio, tão veloz, só muito devagar é que sobe os degraus até ao décimo.
Nestes fins de Maio, as cerejas aparecem-nos de um lado e do outro, nas bermas das estradas.
E a caixa de papelão que as acomoda seria de boa serventia se aqui, por aqui, na área urbana, nas novas grutas ou cavernas de cimento armado, houvesse lareiras, e canhotos para se fazer o borralho.
Lá para baixo fazem «ginginha» com as cerejas.
Cá para cima, fazemos doce e brincos nas orelhas.
E se nos escarrapachamos numa galha, para apanhar um fartote delas, estamos, mas é, sujeitos a dar um grande trambolhão.
Das árvores de fruto, quando carregadinhas, a Cerdeira é, provavelmente, a que mais nos fulmina de cobiça e de encanto. As folhas, as cerejas, as galhas tomam-nos conta dos nossos olhos.
E a passarada enche-nos de raiva por nos roubar, com tanto atrevimento, aqueles irisados e suculentos caramelos de mil compotas que, mal os chegamos à boca, nos derretem de consolo.
E até o carocito parece fazer-nos gostosas cócegas, sempre que nos cai na mão!
Que bem que nos sabem as cerejas!
Nem a descoberta de um mais que secreto e precioso segredo nos causa maior gosto!
Madurinhas, colhidinhas de fresco, em brinquinhos molhados na água da caçoula, “sabem-nos pela vida”!
Cerejas!
Num Maio florido, onde a tristeza e a saudade de felicidades perdidas se escondem entre o branco do papel e a cor das palavras que se escrevem.
Vem aí o Verão!
Se vier.
E se virem!
Tupamaro
Conterrâneos
Amigos
Os meus Artistas
Aldeias de Chaves
Aquela que eu tanto Adoro - Angola
Por Trás-os-Montes
Associação dos Caçadores de Mós
Escolas
Escola de Esqueiros - Esqueirinhos
Interesse Público
Notícias Regionais