Achei um novo Blog sobre Valdanta ou Vale de Anta, como queiram, mas eu gosto mais do primeiro nome porque foi esse que me ensinaram na escola.
É um espaço da autoria do Jorge Romão, filho dos meus contemporâneos António Júlio e Leonor. Não o conheço pessoalmete, mas espero conhecê-lo brevemente e trocar com ele algumas ideias, embora já o tenha feito via Internet, esta auto-estrada das comunicações.
Quero saudá-lo com um abraço de amizade, dando-lhe as boas vindas e desejando-lhe muitas felicidades.
Já existe um Link neste Blog para acesso ao "Vale de Anta", mas para ser mais directo clique Aqui
Eu, no Post anterior, disse que não concordava com a localização do Lar por razões técnicas e é verdade. Senão vejamos: - Um Lar de Idosos deve ser polivalente e ser dotado de 3 valências que são o Apoio Domiciliário, Centro de Dia e Lar.
Diz assim a Norma II do Despacho Normativo 12/98 de 25 de Fevereiro: São objectivos específicos dos lares para idosos:
a) Proporcionar serviços permanentes e adequados à problemática biopsicosocial das pessoas idosas.
b) Contribuir para a estabilização ou retardamento do processo de envelhecimento.
c) Criar condições que permitam preservar e incentivar a relação interfamiliar.
d) Potenciar a integração social.
A Norma XIV diz quanto às condições de implantação:
1 - O lar, seja qual for o modelo de instalação, deve estar inserido na comunidade de modo a permitir a integração social das pessoas idosas.
Pronto, não falamos mais leis ou normas, mas perguntamos:
1 - Como será a integração social dos idosos da Granjinha ou do Cando, pondo de parte os de Valdanta, já que estes sempre conviveram com todos?
2 - Será mais fácil aos utentes do Centro de Dia ir para a Abobeleira ou ir para um local mais central de freguesia em vez de um extremo?
3 - Para o apoio ao domicílio será mais fácil circular a partir de um extremo ou do centro geométrico da freguesia?
Não é fácil decidir quando se tem uma desconcentração tão grande em termos demográficos.
Já li as contestações feitas sobre a escolha deste local e não me proponho alimentá-las, até porque já não há nada a fazer porque a obra já apresenta o aspecto que se vê na fotografia, mas também não aplaudo esta escolha. Aplaudo sim, e de pé, a iniciativa e, se um dia eu precisar não será por ter que ir para a Abobeleira que deixarei de o fazer, embora ache que o centro geográfico da freguesia seria o local ideal.
Um abraço para todos os futuros utentes deste Lar.
Aqui será instalado o futuro Lar da 3.ª Idade da Abobeleira. Também me disseram que seria para toda a freguesia de Valdanta. De facto a obra tem ares de ser espaçosa e com capacidade para todos, o que é um grande mérito.
Não concordo com a sua localização, por razões técnicas, mas isso são contas de outro rosário e mais a mais, quem sou eu para ter uma opinião sobre tal assunto, se nem sequer resido na freguesia ou estou habilitado tecnicamente para emitir tal parecer.
Também não foi para dizer mal que eu estou a escrever este Post, muito pelo contrário, quero expressar, aqui, a minha satisfação por ver que na minha terra ainda há quem se interessa pelos idosos e pensa que é possível amenizar as agruras de uma vida dura e sem condições e dar-lhes um pouco de dignidade e conforto.
Por razões profissionais e de amizade estou ligado a vários Centros de Dia e Lares para Idosos, por isso sei as dificuldades que as pessoas que meteram ombro a esta obra vão encontrar no decorrer da sua caminhada. Desde ditos e mexericos à incompreensão, à calúnia, à arrogância, à falsidade, ao comodismo, de tudo vão ter um pouco e se calhar com mais abundância do que apoio, inconformismo ou reconhecimento do esforço dispendido.
Não sei quem são os obreiros desta iniciativa, mas quem quer que sejam, sem distinção de crença religiosa, partidarismo político ou outra convicção, quero desde já felicitar a vossa iniciativa e colocar à vossa disposição a minha humilde ajuda naquilo em que eu possa colaborar.
Bem hajam.
Esta senhora faz hoje 93 anos. Parabéns!... Quem diria? 93 risonhas primaveras. Não é para todos.
A senhora Arminda que começou por ser a Mindinha (irmã do Manuel alfaiate), passou a ser a Arminda do ti Alfaiate, a Arminda do Quico, a mãe do Toninho, do Zé (da Arminda), da Laida, da Palmira, das gêmeas Mela e Ana Maria e do Nel. Foi a enfermeira de Valdanta, a parteira do povo, a conselheira de toda a gente e, principalmente a amiga de todos.
Gostaria de ter palavras bonitas, tão bonitas como o olhar que nos olha, para lhe poder agradecer tudo o que foi para mim, mas apenas, e simplesmente lhe posso dizer:
OBRIGADO MÃE POR TUDO O QUE ME DEU E PARABÉNS POR MAIS ESTE ANIVERSÁRIO
Talvez já não seja da lembrança de alguns, mas eu lembro-me muito bem do tempo do rebusco, principalmente naqueles anos a seguir à 2.ª Grande Guerra e até ao início da emigração nos anos sessenta. Eram, de facto, tempos de muita fome.
Rebuscava-se castanhas, azeitonas, batatas, espigas de centeio, cachos de uvas e tudo o que houvesse caído ou esquecido das respectivas colheitas. Apanhavam-se uns guissos de lenha para o lume com muito cuidado, às vezes não caísse ao correr da espinha, o rabo do sacho, que acompanhava sempre o proprietário. Apanhava-se uma melancia ou um melão pensando que o dono já o não queria e por aí fora.
Para evitar alguns contratempos e inconveniências, tais como chegar à vinha e encontrá-la vindimada, ou contar com as batatas para o governo do ano e encontrar o sítio, construíam-se umas cabanas (ou barracas) em palha, principalmente nos melanciais, para dormir por lá e guardar o respectivo renovo.
Lembro-me muito bem dos grupos de rebusqueiros que vinham dos bairros periféricos da cidade à procura do seu governo, principalmente dos bairros da Várzea, dos Aregos e do Telhado, não olhando a meios para atingir os seus fins. Para isso chegavam muitas vezes de noite ou na hora da sesta, obrigando a que, nos tempos das uvas, melancias e batatas, os cuidados e vigias tinham que ser redobrados, obrigando os proprietários a incursões nocturnas e pela hora do calor a fim de preservar os seus bens.
O Quim Morilho, na altura um rapaz na casa dos trinta anos, solteiro, bom caçador e amigo de andar por lá, sempre a horas mortas, tinha um afilhado que o admirava muito e nutria por ele uma paixão especial principalmente por ser bom caçador. Aqueles olhos, quase que estouravam na cara do garoto quando via chegar o padrinho com um ou dois coelhos ou uma perdiz pendurados à cintura. Um dia, andando ele com outros miúdos a brincar junto à fonte de baixo (no povo), e vê o padrinho com a espingarda às costas pronto para sair. Larga tudo e dirige-se ao padrinho:
- Sa bença, padinho.
- Deus ta bençô. Responde o Morilho.
- Aonde bai?
- Té à Beiga da Granja.
- Que bai fazer?
- Bou ber se beijo algum rebusqueiro.
- Tamém podo ir?
- Bai pedir ó teu pai.
Dois saltos de contente e uma corrida até casa. Não demorou muito que o garoto estivesse ali ao lado do padrinho pronto para o que desse e viesse e com toda a naturalidade do mundo pergunta ao padrinho:
- Ó padinho, padinho!... sse matares um rebusqueiro podo tazê-lo éu pindurado no cinto?.....
Não sei se esta estória é verdadeira ou não, mas pode muito bem ser verdade porque uma Escola não se faz de um dia para o outro e a Escola do Blero é um “caso acontecido” de muito respeito.
Constou-me que o Blero, que nunca aprendeu a ler e escrever, para ser tão sabido andou por muito lado e um dos quais foi Coimbra, por isso também se diz que “vale mais um ano na Escola do Blero do que dez em Coimbra”. Se calhar ele também andou por lá a ensinar a sua escola.
Uma vez quando, sentados na cruz do Povo, o Blero dava largas à sua imaginação, o Tripa, passando-lhe a mão pelo traseiro, pergunta:
- Foi quando istudabas em Coimbra?
Mais umas injúrias e observações do Blero, mas continua.
Também não sei se o Blero, na sua passagem por Coimbra fez alguma coisa, mas pelo menos teve que fazer algo para a côdea diária e numa dessas ocupações foi parar a promotor de uma pensão.
O trabalho de um promotor ou corrector (não sei bem qual o termo correcto) constava de se apresentar na estação dos comboios e abordar os estudantes que chegavam oferecendo-lhe os préstimos do negócio que representava.
O Blero abordou um estudante caloiro perguntando:
- O senhor doutor já tem pensão onde ficar?
- Ainda não, mas vou procurar. Respondeu o novo doutor.
- Conhece a Pensão “nome da pensão”? Fica na rua “tal”. Diz o Blero não largando mais o novo doutor.
- Não senhor.
Então o Blero, naquele jeito característico dele, foi insistindo e impingindo-lhe o folheto onde explicava todas as características da pensão, ao mesmo tempo que o informava do nome das ruas e as tabuletas que devia ler para chegar até à referida pensão, quando a determinada altura se vira para o novo doutor e lhe pergunta:
- O senhor doutor sabe ler, num sabe?
Numa das minhas prospeções sobre Valdanta fui encontrar aquilo que eu pensava não existir, mas existe, e não é muito longe de nós, uma aldeia com o mesmo nome da nossa. É em Espanha, Galiza, província de Ourense e concelho de O Bolo e junto uma descrição do que encontrei juntamente com o mapa da região onde se pode localizar o concelho de O Bolo.
Valdanta vista do Céu:
<input ... >
http://ortos.igeo.pt/ortofotos/
Santa María de Valdanta é unha parroquia que se localiza no sur do concello do Bolo. Segundo o padrón municipal de 2004 tiña 47 habitantes (31 mulleres e 16 homes), distribuídos en 1 entidade de poboación, o que supón unha diminución en relación ao ano 1999 cando tiña 70 habitantes. (fonte: Wikipedia).
Valdanta pertenece a Galicia en España
Está clasificado como: Lugar poblado (Ciudad, pueblo, villa, barrio, etc..)
Latitud: | 42.2833333 |
Longitud: | -7.0833333 |
Este mapa está mais correcto pois já tem o poblado de Valdanta
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