“Neblina até Curalha”
Namoravam-se.
Ela, uma linda rapariga.
Ele, uma jóia de rapaz.
Pareciam feitos um para o outro, diziam as comadres da aldeia.
Galferro! – chamavam-lhe, a ele, as velhotas, mesmo mais novas, que a queriam a ela para um filho, sobrinho ou neto.
Mas «ambos dois» estavam presos pelo beicinho.
A mãe dela proibiu e amaldiçoou aquele namoro.
O pai dela, contrariado embora, deixou-se envenenar pela mãe da sua filha, e censurou o namorico.
Mas havia sempre maneira de ludibriar a mãe e fintar o pai.
Numa madrugada com neblina mais cerrada do que esta, o pai, carregado com o medo que a mãe lhe pusera às costas, que a sua filha ‘inda fosse roubada em dia de tanto nevoeiro, levou-a consigo numa ida a CURALHA.
Na noite anterior, quando no céu reinava uma Lua Cheia, depois de saltada a cortinha e subido à janela, ele e ela já haviam combinado o ponto do caminho onde os seus olhares se cruzariam como sinal de coragem e sabedoria para vencer a contra-maré dos pais.
A geada caía forte, mas quedava derretida com o calor de um beijinho ou de um xi-coração daquele par.
E nessa madrugada de cerrada neblina, no ponto do caminho combinado, entre o CANDO e CURALHA, lá estava ele camuflado numas giestas, sorrindo, acenado e soprando um beijinho para ela, que se fez tropeçada para atrasar o passo e demorar as promessas da sua boca e as bem-aventuranças do seu olhar.
Só a sombra conseguiu, um dia, separar aquele par!.........
Romeiro de Alcácer
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